Debaixo dos teus pés espinha,
Neste terreno pedregoso,
Vasta aguada.
Na ânsia enobrece desse espinhar,
No tato daquele que sente,
As águas que eu trago em meu olhar.
Tento abruptamente carregar-te para o fundo,
Afogar-te nessas águas.
Sereia, desfilo na borda de tuas orelhas,
E é minha alma que te sussurra
Encantos e feitiços que a tua sorte destelha.
Ainda que a inquietude habite o meu encosto
E navegue pelas minhas águas como fardo,
Também é a minha centelha, que não se molha,
E me move para superfície.
Essa vontade de mover-me, envolver-te
Para afogarmos em nós,
Não perece a distancia do teu entusiasmo.
A contar pelas vítimas desse meu arrombo
Serias menos um e somar-se-ia a mim.
Serás minha próxima vítima, e eu também, nessa sorte maldita.
(F. Christtiani)
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